A indústria de veículos do Brasil cortou projeções de quedas em produção, vendas e exportações de veículos do país neste ano, após resultados nos últimos meses mais positivos em relação ao pior da crise do coronavírus no primeiro semestre.
A associação de montadoras, Anfavea, agora estima quedas de 35% na produção, de 31% nas vendas e de 34% nas exportações ante expectativas divulgadas em julho de tombos de 45%, 40% e 53%, respectivamente.
Em janeiro, a entidade esperava que as vendas de veículos novos no Brasil este ano cresceriam 9,4%, para 3,05 milhões de unidades, mas agora o número estimado é de 1,925 milhão. Para a produção, a expectativa no início do ano era de alta de 7,3%, para 3,16 milhões de veículos. A nova previsão é de 1,915 milhão.
“Não podemos carimbar que esses números vão acontecer. Temos momento complicado no país, como debate sobre o teto fiscal e instabilidade política”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acrescentando ainda questões relacionadas à volatilidade do câmbio e discussões sobre aumento de carga tributária.
Em setembro, a produção cresceu 4,4% sobre agosto, para 220,16 mil unidades, mas caiu 11% na relação anual. No acumulado de 2020 até o mês passado, os licenciamentos estão 41,1% abaixo do verificado nos nove primeiros meses de 2019, a 1,33 milhão de veículos.
Já as vendas, subiram 13,3% em setembro na comparação mensal e caíram 11,6% na anual, acumulando queda de 32,3% em 2020, a 1,37 milhão de unidades. A média diária de emplacamentos do mês passado foi de 9,9 mil unidades, número considerado como “bom” por Moraes dado o novo cenário do setor. Um ano antes, as médias foram de 11,2 mil em setembro, 12 mil em novembro e 13 mil em dezembro.
Reuters/Paulo Whitaker
Fonte: Reuters