O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 2,37% em novembro e chegou a uma alta acumulada de 19,66% em 11 meses (janeiro a novembro) em 2020, em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Com este resultado no ano, aumentam as perspectivas de um resultado recorde para 2020. “O PIB do agronegócio cresceu lentamente em abril e em maio, devido aos impactos negativos da pandemia sobre diferentes atividades do setor. Mas, com a forte aceleração verificada desde junho, a perspectiva de um crescimento recorde anual em 2020 vai se concretizando”, destaca o Comunicado Técnico.
O melhor desempenho de janeiro a novembro do ano passado foi para o setor primário, que teve expansão de 47,5%. Mas todos os segmentos tiveram alta no acumulado de 11 meses. O setor de serviços cresceu 17,06%, enquanto agroindústria e insumos tiveram elevações de 5,58% e 3,36%, respectivamente.
“É importante lembrar que a evolução do PIB do agronegócio reflete a evolução da renda real do setor, logo, sendo consideradas variações tanto de volume quanto de preços reais”, explicam CNA e Cepea no Comunicado. Tanto os ramos agrícola e pecuário tiveram expansão de janeiro a novembro do ano passado.
Agricultura – O ramo agrícola cresceu 18,16%, reflexo do aumento de produção e alta de preços. “O importante crescimento do PIB reflete os preços maiores na comparação com o mesmo período de 2019 e a maior produção anual, com uma safra recorde de grãos e crescimentos também para o café, a cana-de-açúcar e o cacau”, explica o Comunicado.
Apesar do bom desempenho, CNA e Cepea ressaltam que o resultado do ano passado representa, em parte, uma recuperação de renda em relação ao período de 2017 a 2019, período em que, mesmo com aumento de produção, houve movimento desfavorável de preços.
Outro ponto a ser destacado foi a comercialização antecipada, o que fez com que a maior parte dos produtores não se beneficiasse da elevação de preços de 2020. Há, ainda, a alta dos custos de produção, que reduziu a margem dos produtores no ano passado.
Pecuária – No acumulado de janeiro a novembro, o ramo pecuário cresceu 23,08%, com alta para os agrosserviços (25,11%), atividade primária (24,85%), agroindústria (19,91%) e insumos (6,21%). O resultado é justificado pela elevação de preços das proteínas animais em relação a 2019, além da expansão da produção e abate de aves e suínos e da produção de ovos e leite.
“Mas, apesar dos preços maiores, o forte aumento nos custos de produção tem afetado negativamente as margens dentro da porteira e na agroindústria. Além dos insumos de alimentação, que estão expressivamente encarecidos já que os grãos operam em patamares recordes, no caso da pecuária de corte, devem-se destacar também as fortes elevações do bezerro e do boi magro”, diz o Comunicado Técnico.
Novembro – O PIB mensal do agronegócio geral cresceu 2,37% em novembro passado, com expansão para os segmentos primário (5,29%), agroindustrial (0,91%) e de agrosserviços (1,88%), e resultado estável para o segmento de insumos (0,09%), na comparação com novembro de 2019.