Executivos de todo o mundo estão otimistas em relação à economia e aos resultados das empresas nos próximos 12 meses. Os CEOs brasileiros têm um otimisto ainda maior. Um dos destaques da 24ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC (24th Annual Global CEO Survey) é exatamente essa descoberta.
De acordo com o estudo, o otimismo é generalizado: um ano após a Covid-19 ter sido declarada como pandemia, 76% dos CEOs acreditam que a economia global vai ter um desempenho melhor em 2021, percentual quase 20 pontos maior que o recorde anterior de otimismo na série histórica da pesquisa.
Para 9% dos respondentes, a situação se manterá igual, enquanto 15% temem que irá piorar. Esses percentuais, no ano passado, eram de 22%, 24% e 53%, respectivamente. O otimismo é maior no Brasil, onde 85% acreditam que a economia vai melhorar, com 8% avaliando que a situação se manterá a mesma e apenas 7% apostando numa piora.
“Após um ano de tragédia humana e grandes dificuldades econômicas, é encorajador ver que as pessoas responsáveis pela tomada de decisões de investimento e por contratações de pessoal estão se sentindo cautelosamente otimistas em relação ao ano à frente. Os CEOs acreditam que o crescimento retornará, impulsionado pelo rápido desenvolvimento de vacinas e suas aplicações em muitas partes do mundo”, disse Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.
A 24ª edição da Pesquisa Global com CEOs contou com a maior participação de CEOs brasileiros já registrada, oitava maior do mundo. As entrevistas foram realizadas entre janeiro e fevereiro, levando em consideração os principais eventos globais ocorridos no último quadrimestre de 2020, como os testes mais avançados da vacina da Covid-19, a eleição presidencial dos EUA e as negociações para o Brexit.
Mesmo com a pandemia, o sentimento que se percebe entre os líderes é de esperança. A perspectiva de mudança positiva se estende ao desempenho das empresas, ainda que de forma mais modesta. Globalmente, 36% dos entrevistados afirmam estar muito confiantes em relação ao crescimento da receita para os próximos 12 meses, percentual que aumenta para 53% entre os líderes brasileiros. O otimismo nacional continua à frente quanto às expectativas para os próximos três anos: 67% dos CEOs brasileiros dizem estar muito confiantes, ante 47% dos CEOs globais.
“As projeções para 2020 eram preocupantes, principalmente após o surgimento da pandemia. Apesar das enormes dificuldades, pessoas e empresas reagiram rapidamente em busca de soluções e novas formas de trabalhar. As perspectivas mais pessimistas para a economia não se confirmaram e no Brasil, por exemplo, chegamos a ter recorde de fusões e aquisições. Para 2021, as empresas adquiriram mais segurança e perceberam que é possível continuar trabalhando e se adaptando ao passo que a economia dá sinais iniciais de recuperação em breve. A partir do momento em que a vacinação for aplicada em larga escala a atividade econômica responderá rapidamente”, diz Marco Castro.
A percepção sobre as possíveis ameaças ao crescimento das empresas sofreu uma radical mudança . Na lista de preocupações deste ano, pandemias e outras crises sanitárias estão em primeiro lugar, com 52% (na última vez que essa pergunta havia sido feita, há seis anos, apenas 9% dos entrevistados haviam apontado este fator como motivo de preocupação).
Em seguida, estão as ameaças cibernéticas (47%, ante 33% em 2020), excesso de regulamentação (42%), incerteza política (38%), crescimento econômico incerto (35%) e, subindo alguns lugares no ranking, a incerteza em relação às políticas tributárias (31%). Este ano, também ganhou importância a “misinformation” (28%, contra 16% no ano passado).
No Brasil, esta última opção foi indicada como causa de “muita preocupação” por 34% dos entrevistados (enquanto outros 42% afirmaram estar “preocupados”).
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