Os contratos futuros do café tiveram forte elevação na semana nos mercados internacionais. Os ganhos foram motivados pela cobertura de posições vendidas de fundos e especuladores, em um movimento desencadeado pelo “mercado climático”, com os players atentos ao clima no Brasil. Em menor escala, a desvalorização do dólar também forneceu suporte.
De acordo com analistas, a massa de ar polar do final de semana anterior e a ocorrência de chuvas, que atrapalharam os trabalhos de colheita e interferiram no processo de secagem dos frutos, ocasionaram essa mudança de comportamento dos fundos, que diminuíram seu saldo vendido também em meio a observações sobre a possibilidade de geada nos cafezais brasileiros.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/19 do contrato “C” subiu 905 pontos até ontem, encerrando o pregão a US$ 1,0235 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho/19 do café robusta fechou a sessão de quinta-feira a US$ 1.456 por tonelada, acumulando ganhos de US$ 88.
O dólar comercial voltou a patamares inferiores a R$ 4 nesta semana até o fechamento de ontem, quando foi cotado a R$ 3,979. A percepção de melhora no ambiente político brasileiro, com sinalização de avanços para aprovação das reformas propostas pelo governo, motivou o desempenho. A divisa acumulou perda semanal de 0,9%.
Com a ocorrência de precipitações atípicas nesta época do ano e o risco de geada, o mercado segue monitorando o clima no Brasil para avaliar a possibilidade de perda de qualidade dos cafés, que pode ser ocasionada pela umidade e pela queda dos frutos ao chão. Segundo a Somar Meteorologia, uma frente fria se aproxima da costa Sudeste e provoca chuva nas áreas sul e leste de São Paulo, no sul de Minas Gerais e no Rio de Janeiro hoje (31). Para as demais áreas da Região, a previsão é de tempo firme.
O serviço meteorológico informa que, por causa de uma frente fria, as precipitações continuam no Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais na segunda-feira. Contudo, o sistema se afastará para alto mar e a primeira semana de junho será de tempo mais estável em todo o Sudeste. Há, no entanto, o alerta porque as temperaturas seguirão baixas.
No mercado físico, as cotações do café foram impulsionadas pela evolução internacional, mas os negócios seguem calmos, com produtores aguardando preços melhores. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon situaram-se em R$ 414,31/saca e a R$ 299,04/saca, com ganhos de 5,7% e 3,9%, respectivamente.
Fonte: CNC