Após registrar grande queda em março, a produção industrial brasileira fechou abril em alta de 0,3%, informou nesta terça (4) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos quatro primeiros meses do ano, porém, o setor ainda acumula queda de 2,7%.
Em abril, segundo o IBGE, houve expansão em 20 dos 26 ramos industriais pesquisados pelo instituto. As principais influências positivas foram veículos automotores (7,1%), máquinas e equipamentos (8,3%), outros produtos químicos (5,2%) e produtos alimentícios (1,5%). Todos eles reverteram resultados negativos registrados em março, quando a produção industrial brasileira registrou queda de 1,4%.
“A gente observa um predomínio de resultados positivos”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo. Segundo ele, é o perfil de crescimento mais espalhado desde junho de 2018, logo após a greve dos caminhoneiros, quando 22 dos 26 ramos apresentaram alta em relação ao mês anterior.
Os bens de consumo tiveram alta de 3,1%, puxados pela alta de 3,4% dos duráveis, impulsionados produção de automóveis e eletrodomésticos da linha branca. Os bens de consumo não duráveis cresceram 2,6%.
Já a indústria de bens intermediários caiu 1,4%, com forte impacto da indústria extrativa, que continua sofrendo os efeitos do desastre de Brumadinho (MG), que deixou até o momento 245 mortos e 25 desaparecidos e levou à paralisação de minas da Vale em Minas Gerais.
De acordo com o IBGE, a produção desse setor caiu 9,7% em abril. Foi o quarto recuo seguido. No ano, o setor acumula queda de 25,7%.
Nessa base de comparação, a indústria brasileira como um todo recuou 3,9%, com resultados negativos em 13 dos 26 ramos pesquisados. Foi o segundo resultado negativo em sequência e o terceiro no ano – a exceção foi fevereiro.
Em 12 meses, a indústria brasileira acumula queda de 1,1%. Em maio, diz ele, existe a possibilidade de que efeito estatístico ajude a melhorar esse resultado, já que maio de 2018 foi muito prejudicado pela greve dos caminhoneiros.
Pesquisa da consultoria IHS Markit indica, porém, que a situação em maio ainda é ruim. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pela consultoria, caiu a 50,2 no mês, ante 51,5 registrados em abril.
É o número mais baixo em 11 meses e está próximo da estagnação -quando o índice atinge a marca de 50.
“O setor industrial do Brasil caminhou para estagnação na metade do segundo trimestre, com declarações dos participantes da pesquisa destacando um cenário político preocupante, desemprego alto, confiança morna e desempenho econômico fraco em destinos importantes da exportação”, afirmou a economista do IHS Markit, Pollyanna De Lima.
Com informações do site diarioinduscom.com
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