“Desafios e Oportunidades de Negócios entre Brasil e Japão”

Com o objetivo de discutir ações para potencializar o ambiente de negócios entre Brasil e Japão, o IntegraNikkey em parceria com o Consulado Geral do Japão em Curitiba, realizará o Seminário Empresarial:

“Desafios e Oportunidades de Negócios entre o Brasil e o Japão” no dia 23/Junho/2018 das 14h às 18h no auditório da UNIMED Londrina situada à Avenida Ayrton Senna da Silva, 1065 – Gleba Palhano –
Londrina/PR.

O seminário reunirá lideranças empresariais de todo PR com palestras de autoridades e especialistas e público estimado de 200 pessoas. O evento terá caráter empresarial com a troca de informações entre os participantes, a discussão de propostas para melhoria do ambiente de negócios entre Brasil e Japão e o estabelecimento de relacionamentos com vistas a novas oportunidades.
Através deste evento, esperamos superar desafios e criar oportunidades atingindo assim os seguintes objetivos principais: Discutir propostas e ações para potencializar o ambiente de negócios entre Brasil e Japão;
Fomentar o interesse das empresas japonesas (de pequeno, médio e grande porte) em investir e se estabelecer no interior do PR;
Mapear áreas de atuação, perfil e vocação dos empreendedores do PR interessados em realizar negócios com o Japão para potencializar as missões empresariais bi-lateriais, criando oportunidades reais de negócios e cooperação técnica entre os empresários brasileiros e japoneses;
Iniciar a criação de uma rede de empreendedores brasileiros interessados em realizar negócios com o Japão, primeiramente no estado do PR e depois estendendo para todo o Brasil com o objetivo de aproveitar as sinergias existentes com as trocas de experiências e incremento de networking. Possibilidade de convidar empresários japoneses interessados na realização de “business matching” durante o evento.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO:
 14h00 – 14h15: Credenciamento
 14h15 – 14h55: Palestra de abertura com Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil (SP) Sr. AIICHIRO MATSUNAGA (a confirmar);
 14:55 – 15h10: Palestra Case de Sucesso Empresa Brasileira que já concretiza negócios ou cooperações técnicas com o Japão – Sr. SHIGUERU TANIGUTI JR – Diretor-presidente da BRATAC (confirmado);
 15h10 – 15h45: Palestra de especialista para aumentar a compreensão do modo japonês de fazer negócios – (a confirmar);
 15h45 – 16h15: Coffe Break e Mapeamento do perfil e vocação dos empresários nikkeys do PR para identificação de oportunidades de negócios com o Japão;
 16h15 – 16h45: Palestra com Presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Japão do PR Sr. YOSHIAKI OSHIRO (confirmado);
 16h45 – 17h00: Palestra Case de Sucesso Empresa Brasileira que já concretiza negócios ou cooperações técnicas com o Japão – Sr. PAULO SÉRGIO CALIXTO DE OLIVEIRA – Diretor Financeiro da ANGELUS
(confirmado);
 17h00 – 17h35: Palestra de especialista para apresentar o panorama do ecossistema de inovação no Japão (start-ups, agentes, governo, etc,) Sr. HIRO MIYAKAWA – CEO da KOTOBÁ.COM.BR (confirmado);
 17h35 – 18h00: Encerramento com palavras do Consul Geral do Japão Sr. HAJIME KIMURA.

BREVE HISTÓRICO PROFISSIONAL DOS PALESTRANTES:

Aiichiro Matsunaga:
Presidente da Mitsubishi Corporation do Brasil e atual Presidente da Câmara do Comércio e Indústria Japonesa no Brasil.

Shigueru Taniguti Jr.:
Formado em Administração de Empresas pela UNIP – Universidade Paulista em São Paulo – SP. MBA pela    FGV em Gestão Estratégica de Negócios. Diretor Presidente da Fiação de Seda Bratac s.a. fundada em 1940 por imigrantes japoneses, porém com capital 100% brasileiro. Possui atualmente mais de 1.200 funcionários diretos e tem parceria rural com 2.500 famílias. A Bratac destina mais de 95% da sua produção para a exportação a países como Japão, França, Itália, entre outros. A qualidade do seu fio é reconhecida internacionalmente pela sua excelência em qualidade e bons serviços prestados a cada um de seus clientes.

Yoshiaki Oshiro:
Presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná

Paulo Sérgio Calixto de Oliveira:
Formado em Ciências Contábeis pela UEL – Universidade Estadual de Londrina. MBA em Gestão Econômica e Financeira de Empresas, FGV e Especialização em Controladoria e Finanças, PUC. Diretor Financeiro da Empresa Angelus que desde sua fundação tem foco na busca por soluções em Odontologia com base científica e tecnológica. Tendo a inovação como meta, a empresa investiu grande parte dos seus recursos na área de Pesquisa e Desenvolvimento e cresceu num estreito relacionamento com o setor acadêmico, técnico e científico. Hoje, a ANGELUS atua em todo o território nacional e está presente em mais de 80 países (inclusive o Japão) nos 6 continentes do planeta.

Hiro Miyakawa:
Engenheiro de Computação pela Universidade Federal de Pernambuco, Organizador e Facilitador de eventos Startup Weekend em diversas localidades do Brasil (Recife, Curitiba, Campina Grande, Petrolina João Pessoa, Sorocaba, etc.). CEO e Founder da kotoba.com.br. Participou de eventos de inovação e Startup em Tokyo-Japão.

O valor da inscrição é de R$ 30,00 e poderão ser realizadas pelo link: https://www.sympla.com.br/seminarioempresarial-desafios-e-oportunidades-de-negocios-entre-brasil-e-japao__300868

Para pagamento na recepção do evento a taxa de inscrição será de R$ 40,00 e é necessário envio antecipado do nome completo e celular para o email: integranikkey@outlook.com para reserva da vaga.

Sobre o IntegraNikkey:
Membros do Conselho: Atsushi Yoshii (Diretor Presidente da Construtora A. Yoshii), Kimiko Yoshii (Presidente do Instituto A. Yoshii), George Hiraiwa (Empresário e Atual Secretário da Agricultura e Abastecimento do PR) e Roberto Kanashiro (Médico e Ex-presidente da ACROL).
Alguns Membros do Comitê Gestor: Luciano Matsumoto (Vice-Presidente da ACEL e Empresário), Shigueru Taniguchi Junior (Diretor Presidente da Fiação de Seda BRATAC), Eduardo Tominaga (Diretor da Câmara de Comércio Brasil Japão do PR e atual Vereador de Londrina).
O Integranikkey foi criado em 2013 com o objetivo de fomentar a união e o engajamento de pessoas com identidade Nikkey, para juntos, organizar, planejar e se beneficiar de ações concretas voltadas ao desenvolvimento profissional, pessoal e de negócios com foco na comunidade de Londrina.
Atualmente conta com mais de 2.000 empresários, profissionais de empresas públicas e privadas e estudantes. O grupo nasceu a partir da iniciativa de 12 jovens nikkeis com idade média de 35 anos
(empresários, profissionais liberais, consultores, docentes de gradução e pós-graduação) preocupados com a manutenção da cultura e valores nikkeis na comunidade. Estes jovens investiram mais de 10 meses na construção do planejamento estratégico que resultaram nas diretrizes e objetivos do Grupo.
Missão: Grupo de identidade Nikkey criado para fomentar o desenvolvimento pessoal, profissional e de negócios.
Princípios: 100% Voluntário, Sem vínculos diretos com outras entidades e Independente (sem vínculos políticos ou partidários).
Valores: Ética, Respeito, União, Confiança e Inovação.
Objetivos Estratégicos: Maior união e integração dos nikkeis de Londrina,
Gerar negócios, parcerias e oportunidades profissionais,
Formação de lideranças jovens,
Melhorar a capacitação pessoal e profissional.
Criar relacionamento (networking),
Beneficiar a comunidade através de apoio e capacitação das diversas entidades Nikkeis de Londrina.

Dólar sobe ante iene com visão sobre Fed

O dólar subiu ante o iene e a libra na sessão desta segunda-feira, 4, impulsionado pela percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) deve seguir o ritmo de aperto monetário ao longo de 2018.

No final da tarde em Nova York, o dólar subia para 109,82 ienes, ao passo que a libra recuava para US$ 1,3316.

Os investidores de câmbio se concentraram em números recentes da economia americana. Na sexta-feira, o Departamento do Trabalho informou que foram criados 223 mil novos postos de trabalho em maio, acima das 190 mil projetadas por analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires.

Era esperada a manutenção da taxa de desemprego em 3,9%, mas ela caiu para 3,8%. O salário médio dos trabalhadores subiu 0,30% no mês passado ante abril, enquanto a previsão era de acréscimo de 0,20%.

Os números reforçam a percepção de aumento das taxas de juros ao longo deste ano nos EUA. A ferramenta do CME Group aponta para 93,8% de chance de elevação dos Fed funds em 0,25 ponto porcentual na próxima semana.

Ao mesmo tempo, os operadores citam ainda preocupações com o cenário global para a inflação, depois da reimposição de tarifas dos EUA contra as importações de aço e alumínio da União Europeia, do Canadá e do México.

Pela manhã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar as barreiras comerciais da China e do Canadá.

“A China já cobra uma taxa de 16% sobre a soja. O Canadá tem todos os tipos de barreiras comerciais em nossos produtos agrícolas. Isso não é aceitável!”, disse Trump, acrescentando que “os EUA fizeram negócios tão ruins durante tantos anos que agora só nos resta ganhar!”.

por Mark Grassi
com informações da AE

 

 

CCIBJ-PR RECEBE LÍDERES DA SOCIEDADE ARABE BRASILEIRA E BENEFICIENTE

O presidente da CCIBJ-PR Sr. Y. Oshiro recebeu  no dia 17 de maio de 2018, acompanhando do Sr. Otavio Vidigal, visita do  Presidente da Sociedade Àrabe Brasileira Beneficiente, Sr. Moutih Ibrahin para tratar da possibilidade em desenvolver intercâmbio com o Japão através da Sucursal no Japão na Província de Nagoya e Nagano.

A Sociedade Àrabe é formada por 23 Países Àrabes: como a Siria, Líbano, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Egito, Africa, Libia, Argelia, Tunísia, Libia, Dubai, e outros. Uma potência econômica em busca de soluções com intercâmbio para o seu desenvolvimento. Oshiro prontificou em servir para o desenvolvimento das relações comerciais com o Brasil e Japão.

Faturamento da indústria de máquinas cresce 19,2% em abril

Considerado um termômetro do nível de investimentos no Brasil, o faturamento das fabricantes de máquinas e equipamentos subiu 19,2% em abril deste ano ante igual mês do ano passado, mostram dados divulgados nesta quarta-feira, 30, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

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Japão minimiza suspensão de cúpula entre Kim e Trump

O Japão afirmou que vai continuar trabalhando com os Estados Unidos e a Coreia do Sul para pressionar a Coreia do Norte depois que o presidente Donald Trump cancelou o encontro com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

“O que é importante não é a realização de uma reunião de cúpula norte-americana, mas sim transformar essa reunião em uma oportunidade de progresso nas questões nucleares e de mísseis e, acima de tudo, na questão dos presos políticos”, disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores. O Japão exigiu o retorno de cidadãos que foram sequestrados pela Coreia do Norte nos anos 1970 e 1980.

“Continuaremos a colaborar estreitamente com os EUA e a Coreia do Sul para fazer a Coreia do Norte mudar suas políticas”, disse o comunicado.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está atualmente na Rússia e deve falar sobre a questão da Coreia do Norte durante sua estada lá. Abe se encontrará com o presidente russo Vladimir Putin no sábado.

Por Mark Grassi com
informações da Dow Jones Newswires.

Iniesta jogará pelo Vissel Kobe

Iniesta confirmou nesta quarta-feira seu próximo destino. O experiente jogador de 34 anos anunciou a ida para o Japão, onde jogará pelo Vissel Kobe, atual sexto colocado do Campeonato Nacional.

Iniesta se tornou um dos símbolos da mais vitoriosa era do Barcelona. Pelo clube, conquistou nove títulos do Campeonato Espanhol, seis da Copa do Rei, sete da Supercopa da Espanha, quatro da Liga dos Campeões, três do Mundial de Clubes e três da Supercopa da Europa.

Desde que anunciou sua saída, Iniesta foi ligado ao futebol chinês ou ao japonês, e o nome do Vissel Kobe já aparecia como possível destino. A confirmação, porém, só aconteceu nesta quarta, quando ele publicou uma foto em suas redes sociais ao lado de Hiroshi Mikitani, presidente do clube, com a legenda: “Rumo à minha nova casa, com meu amigo”.

Mikitani é também fundador, CEO e presidente da Rakuten, empresa de comércio eletrônico que patrocina o Barcelona, o que pode ter facilitado o contato entre eles. De acordo com a imprensa espanhola, Iniesta assinará contrato por três anos com o novo clube.

No Vissel Kobe, Iniesta jogará ao lado de outro astro do futebol europeu, o alemão Lukas Podolski. Ele também terá a companhia de dois brasileiros: os atacantes Wellington e Leandro.

Imagem espetacular do Camp Nou na despedida de Andrés Iniesta.

Créditos da Foto, Mundo da Bola: Andrés Iniesta é o novo reforço do Vissel Kobe, do Japão.
Por Mark Grassi com informações da AE

Burocracia trava comércio exterior

Estudo inédito realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) traça um retrato dramático da burocracia que recai sobre o comércio exterior brasileiro. As exportações brasileiras, apesar da informatização de parte dos processos, ainda são sujeitas a 46 procedimentos diferentes, administrados por 12 órgãos, que afetaram 23% das vendas ao exterior realizadas no ano passado. Nas importações, são 72 obrigações controladas por 16 órgãos do governo, com impacto sobre 59% das compras.

“É um levantamento sistematizado de um conjunto de custos e encargos que chamamos de invisíveis”, disse a gerente de Política Comercial da entidade, Constanza Negri. “Não que eles não sejam sentidos na pele das empresas, mas porque são de difícil acesso pela falta de transparência e de disponibilidade das informações.”

“Grande parte da falta de competitividade da indústria brasileira é provocada por esses custos”, afirmou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral. “O Brasil não conseguirá fazer uma abertura comercial sem resolver as ineficiências, que vão de logística inexistente a greves extorsivas (dos fiscais).”

A variedade de problemas é tanta que o estudo não conseguiu chegar a seu objetivo original: estimar o peso dessas obrigações sobre a economia brasileira. Em nove casos, os autores não conseguiram apurar valores de algumas taxas nem recorrendo à Lei de Acesso à Informação.

Protegida pelo anonimato, uma empresa do setor de alimentos relatou à CNI que decidiu importar uma nova máquina. Mas só quando o equipamento chegou ao porto e ficou retido, a empresa descobriu que tinha de ter pedido, antes de iniciar a importação, uma autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O problema só foi resolvido depois de a empresa contratar uma consultoria especializada e pagar uma multa por ter importado sem a devida documentação.

A deficiência nas informações e a falta de previsibilidade, além de um aparente exagero nas exigências e da burocracia, são os problemas apontados pelas 114 empresas ouvidas pela CNI para o estudo. Constanza destaca que o controle na importação e exportação de produtos por parte do governo é legítimo e necessário. “Mas questionamos se não há excessos.”

Ao fazer o levantamento, ela se surpreendeu pela existência, no Ibama, de um certificado cuja função é atestar que aquele produto não precisa de um documento chamado Licença para Uso da Configuração de Veículos ou Motor (LCVM) para ser importado.

Custo

O estudo alerta ainda que o custo elevado de determinadas taxas pode ser até mesmo questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma barreira ao comércio. Como algumas são fixadas em reais, e não como um porcentual do valor da mercadoria, há risco de serem desproporcionalmente caras.

As empresas questionam até hoje por que o governo elevou de R$ 30 para R$ 185 a taxa de uso do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), onde são registradas as operações de exportação e importação. O aumento ocorreu em 2011. Questionada, a Receita Federal não se posicionou até a publicação desta reportagem.

A taxa de R$ 88,17 cobrada pelo Banco do Brasil para analisar documentos necessários para a emissão de licenças para as operações comerciais foi discutida até no Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório elaborado pelos técnicos da Corte aponta que, em 2010, o banco arrecadou R$ 30 milhões, mas os custos administrativos foram da ordem de R$ 11 milhões. Os acordos internacionais dizem que as taxas devem ter um valor proporcional ao serviço prestado.

Questionada, a instituição informou que não divulga receitas obtidas com tarifas específicas e que faz o serviço por delegação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O Mdic informou que delegou serviços ao BB por sua capilaridade e que o TCU julgou não haver irregularidade na tarifa ou na transferência de atribuições.

Por Mark Grassi com informações
do Estado de S. Paulo.

Com fluxo de brasileiros no Japão, português é falado nas regiões

O mês ainda é maio, mas a província de Aichi fez no domingo, 20, uma festa junina, com direito a quadrilha e caldo de cana – importado da Tailândia, é verdade. Na região  do Japão, com 53 mil brasileiros, o português é o idioma de fábricas e algumas escolas, pode ser ouvido nas ruas e está até no site oficial de governos locais.

“Abro a janela e vejo brasileiros passando. Aqui tem restaurante, mercado, Banco do Brasil”, diz Thiago Tagawa, de 32 anos, que desde 2017 mora na cidade de Okazaki, em Aichi.

A família de Tagawa dribla as crises com migrações. Em 2000, ele viajou ao Japão para juntar dinheiro, mas voltou ao Brasil em 2009, fugindo da recessão mundial. Oito anos depois, foram os problemas no Brasil que o expulsaram. Além de Tagawa, quatro dos sete irmãos se mudaram recentemente para o país. “E o resto está vindo.”

Apesar de já ter morado no Japão, Tagawa fala pouco japonês, mas diz não sentir muita falta. “Nos parques tem placa em português e há tradutor na prefeitura, nos hospitais”, conta ele, que trabalha de madrugada em uma fábrica de autopeças com outros conterrâneos.

Edson Nishimura, de 40 anos, está no Japão há um ano. “Ouvia comentários de que a empresa em que trabalhava no Brasil estava em falência”, diz. Instalado e empregado, ele elogia a estrutura do país. “Se comparar com os japoneses, o brasileiro é mal educado. Aqui não tem ônibus lotado, as pessoas não jogam cigarro no chão, não atravessam no farol vermelho.” A rotina de trabalho de um estrangeiro, porém, é extenuante. “Entro às 19 horas e saio às 7.”

Em agosto, ele espera receber a mulher e a filha, de 8 anos, que ficaram no Brasil. A dúvida, conta Nishimura, é se colocarão a pequena, que nunca pisou no Japão, em colégio japonês ou brasileiro. Segundo dados do Consulado Geral do Brasil em Tóquio, 32% das crianças e jovens brasileiras em idade escolar têm dificuldade de aprendizado por causa do domínio insuficiente do idioma.

Desafios

Para Guida Suzuki, voluntária na Associação Brasileira de Toyohashi (NPO-ABT), a segunda cidade com mais brasileiros no Japão, o volume de informações “mastigadas” em português desestimula o brasileiro a estudar o idioma local. “O que mais queremos é que eles saibam o mínimo da língua para se virarem sozinhos.” Na NPO-ABT, uma organização não governamental, são oferecidas aulas de japonês a brasileiros.

Por outro lado, explica Guida, os filhos e netos de imigrantes que estão há muitos anos no país sabem pouco da cultura brasileira. Contra isso, cartazes para promover cursos de alfabetização em língua portuguesa na cidade alertam: “Não permita que seus filhos percam suas raízes”. “Estávamos preocupados com a identidade das crianças”, diz Guida.

Por Mark Grassi com informações do Estado de S. Paulo.

Vistos para brasileiros crescem 145% em nova onda de imigração para o Japão

Dados do Ministério das Relações Exteriores do Japão, compilados pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo, mostram que, de 2014 a 2016, o número de vistos emitidos para descendentes e seus cônjuges cresceu 145%. Em 2016, último dado disponível, foram 11,5 mil emissões. “Em termos gerais, descendentes de japoneses que pretendem permanecer no Japão a trabalho foram influenciados pela conjuntura econômica”, informou o consulado.

Até agora, o visto que permite trabalho no Japão só é dado aos filhos e netos de japoneses e seus companheiros e dependentes. A partir de julho deste ano, porém, o país deverá permitir a entrada de descendentes da quarta geração, os bisnetos ou yonseis, desde que sejam atendidos alguns critérios, entre eles o domínio básico do idioma. A nova permissão mobiliza jovens a estudarem japonês e pode aumentar ainda mais o fluxo .

Albejunior sabe pouco mais do que o “sayonara” e o “arigato”, mas decidiu se aventurar com a mulher, neta de japoneses, depois que ambos foram demitidos. Formado em Ciências Contábeis, já viajou com trabalho garantido: será operário em uma fábrica de componentes eletrônicos na cidade de Komatsu. Para ele, apesar de desgastante, o regime de trabalho de oito horas diárias mais três horas extras obrigatórias compensa. “Para quem quiser e tiver vontade de trabalhar, não falta emprego no Japão”, diz ele, que receberá US$ 13 (R$ 48,60) por hora.

Agências que fazem a ponte entre descendentes de japoneses e oportunidades no Japão confirmam aumento do interesse de brasileiros pelo país nos últimos anos. O crescimento ocorre após retorno em massa ao Brasil por causa da crise econômica mundial, em 2008. “O mercado japonês deu uma aquecida. A Olimpíada será no Japão, e isso também pode ter causado um aumento da procura”, diz Eduardo Toyama, diretor comercial da agência TGK RH.

Segundo Toyama, fábricas de eletrônicos, autopeças e alimentos são as que mais empregam os brasileiros. Mas, se no início do movimento dos decasséguis, na década de 1990, o motivo da viagem era apenas trabalho, nessa nova onda de migração outros fatores têm pesado. “Muitas pessoas estão correndo daqui também por causa da segurança”, diz Vanessa Matsui, gerente da Ikou Japan, outra agência que presta consultoria para esse tipo de viagem.

Liberdade

Sossego é o que procura Kátia Sakai, de 37 anos. Brasileira e neta de japoneses, Kátia morou no Japão durante a adolescência e o início da vida adulta, teve dois filhos no país e voltou para o Brasil em 2004. Aqui, conheceu o atual marido e montou uma pequena empresa. Agora, quer fechar o negócio para começar de novo no país asiático com o marido e os filhos, hoje com 15 e 17 anos.

“Com o que fazemos aqui, se insistíssemos, conseguiríamos ganhar mais do que no Japão”, diz. Mas a corrupção e a violência desagradam. “No Japão, você anda a hora que quiser na rua, com o celular na mão. Lá, meus filhos vão ter liberdade.” A família, que pretende viajar no fim deste ano, pesquisa vagas em fábricas, organiza a documentação e quer levar até a cachorrinha. “Queremos levantar um dinheiro para montar nosso próprio negócio lá.”

Sheila Sato, de 38 anos, e o marido fizeram o mesmo movimento há dois anos, em prol das filhas. Ela largou a carreira como médica veterinária para que as meninas, de 14 anos, estudassem no Japão. “Para trabalhar aqui você não precisa ser muito inteligente – precisa ser observador. Montamos bancos de carros para uma fábrica da Toyota. Bancos bonitos, por sinal, mas bancos de carros.”

Para Angelo Ishi, professor da Faculdade de Sociologia da Universidade Musashi, em Tóquio, há mudanças na forma como o governo japonês encara a presença de brasileiros no país. Embora precise de mão de obra – a população economicamente ativa do Japão está diminuindo -,”os brasileiros não são mais ‘a bola da vez’, como no início da onda migratória”, diz.

“O custo-benefício de contratar o nikkei (descendente) brasileiro vem decaindo em comparação com o de contratar gente de outros países. A mão de obra asiática está custando menos e compensando mais”, diz Ishi.

Bisnetos

Em março, o Japão anunciou a liberação de vistos para descendentes da quarta geração – os bisnetos – que desejam trabalhar no país. A medida entrará em vigor a partir de julho, mas impõe condições: os pretendentes devem ter entre 18 e 30 anos, domínio básico do idioma (a compreensão de cerca de 1,5 mil palavras) e não poderão ir acompanhados de parentes.

O tempo de permanência será de até um ano, com possibilidade de renovação para cinco. E o número total de certificados, que atestam os critérios necessários para o visto, emitidos no mundo todo será de 4 mil por ano. “A quantidade poderá mudar dependendo de demanda e dos resultados”, informou Takuo Sato, cônsul do Japão em São Paulo.

De olho na possibilidade do visto, o paulista Jezreel Omido, de 27 anos, estuda uma hora por dia e faz curso para tentar decifrar o idioma. “Muitos estão lá e não sabem falar nada. (A exigência) é uma tentativa de consertar esse ‘gap'”, diz o jovem.

Por Mark Grassi com informações do Estado de S. Paulo.