Este ano comemora-se os 10 anos que Hong Kong aboliu o imposto para importação de vinho. Este é considerado o fato mais importante do século XXI no mundo do vinho, mudando o eixo para a Ásia, .
Antes de 2007 o imposto de importação de vinho em Hong Kong (HK) era de 80%. Entre 2007 e 2008 criou-se um momento de transição como imposto a 40%, para finalmente cair a 0% (ZERO) em 2008. Não é preciso ser Einstein para prever o que aconteceria: o mercado floresceu a taxas espantosas e transformou HK no hub, no ponto central do comercio de vinho para toda a Ásia.
Nestes dez anos o número de negociantes de vinho estabelecidos em HK cresceu cerca de 1.000%, gerando milhares de empregos, a importação cresceu cerca de 700%. Cerca de 40% do vinho importado é re-exportado para toda a Ásia (principalmente para a China continental). O consumo interno em HK dobrou no período, junto com um crescimento da renda per capita. Segundo dados do Citibank nestes 10 anos o número de milionários em HK cresceu 250%.
Todas as feiras principais, como Prowein, Vinexpo e Vinitaly, tem edições em HK, que recebe todo o emergente trade asiático. Em paralelo mercados como Singapura, Coréia, e principalmente China, floresceram, tendo em HK como centro de negócios e importação.
HK já ultrapassou Londres e Nova Iorque como capital dos leilões de luxo, que movimentam centenas de milhões de dólares ao ano.
Tudo isso gera riqueza, empregos e movimenta economia, e junto gera arrecadação de impostos.
O case Honk Kong é replicável no Brasil? Não de forma idêntica, pois: 1-ao contrário de HK temos uma indústria nacional de relevância no mercado interno; 2-Não estamos na Ásia, ao lado da China e outros países de forte importação, e sim ao lado de países de forte exportação, como Argentina e Chile; 3-Por outro lado somos um país muito maior que HK, com um consumo interno ainda baixo e com imensas perspectivas de crescimento.
O case Honk Kong é replicável no Brasil? Sim, mas talvez revendo também impostos internos como a ST/ICMS e o IPI, não indo a zero no imposto de importação, e revendo a tributação sobre o produto brasileiro, que também é alta.
Por Mark Grassi com informações do site www.marcelocopello.com