Boletim Agro News 002

Alho, milho, café e algodão terão custos de produção atualizados, diz Conab

Entre os dias 5 e 9 de agosto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) promoveu painéis em Cristalina/GO com produtores rurais do município para atualizar o custo de produção do alho, milho, algodão e café cultivados na região.
Durantes os encontros, técnicos da Companhia pesquisam coeficientes técnicos (preços de maquinários, insumos, implementos) que impactam nos custos de cada um dos produtos para a atualização dos pacotes tecnológicos. Na ocasião, também realizaram visitas a propriedades modais próximas ao município.
A escolha por Cristalina, que faz parte da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), deve-se à intensa cadeia produtiva da região. A atualização de informações serve como base para a definição de políticas públicas, dentre elas a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), instrumento utilizado pelo governo federal nas ações de fortalecimento da agricultura.

Melão: Oferta aumenta, mas demanda não reage

As cotações do melão amarelo no Rio Grande do Norte/Ceará registraram leve redução na semana (5 a 9/08) em função do aumento gradual da oferta (decorrente do início da safra principal) ser acompanhado pela demanda controlada até o momento. Apesar do início do mês, as compras realizadas por atacadistas e redes de varejo se mantiveram baixas, principalmente no Sul e no Sudeste – principais regiões consumidoras e que apresentam temperaturas mais amenas durante o inverno. Dessa forma, o amarelo tipos 6 e 7 registrou média de R$ 21,25/cx de 13 kg, desvalorização de 1% frente à semana passada. Na mesma comparação, observou-se redução de 4% para os tipos 11 e 12, por conta da menor procura por frutas de baixo calibre.
Já no Vale do São Francisco (PE/BA), a comercialização continua sendo a granel para Norte e Nordeste. A região passa por considerável variação do preço entre produtores, o que ocorre principalmente em função dos diferentes níveis de tecnificação entre eles. A maior parte dos produtores do Vale ainda realiza cultivos com sementes F2, o que impacta em qualidade e, consequentemente, nas cotações. Produtores que conseguem investir em sementes F1 acabam tendo um produto final de maior valor agregado. O amarelo obteve cotação de R$ 0,75/kg, valor 22% superior nesta semana.

Açúcar: Indicador segue na casa dos R$ 58/sc

O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista) manteve-se na casa dos R$ 58/saca de 50 kg ao longo da última semana. Segundo colaboradores do Cepea, usinas paulistas mostraram-se mais firmes com relação aos preços das negociações do cristal e o volume ofertado também foi um pouco menor. Esse cenário pode ser reflexo do andamento da safra paulista 2019/20, que segue com maior mix de produção para o etanol em detrimento do açúcar. De 29 de julho a 2 de agosto, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 58,51/saca de 50 kg, ligeira alta de 0,35% em relação à de 22 a 26 de julho (R$ 58,31/saca de 50 kg). Em julho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 59,70/saca de 50 kg, 4,56% menor do que a de junho (R$ 62,55/sc). Apesar do recuo, os preços médios no acumulado da atual temporada 2019/20 (de abril/19 a julho/19) seguem acima dos observados no mesmo período da safra anterior, em termos reais.
Os baixos preços registrados em julho, em conjunto com a demanda fraca no período, refletiram em sucessivas desvalorizações das alfaces nas praças paulistas de Mogi das Cruzes e Ibiúna e na região serrana de Teresópolis (RJ). Mesmo com a queda nas cotações, a oferta (ainda que crescente) foi reduzida, devido à menor área plantada – gerando rentabilidade positiva para as regiões.
Em Ibiúna, o preço médio da crespa, em julho, foi de R$ 9,83/cx com 20 unidades, valor 7,28% superior ao valor de custo. Em Mogi das Cruzes, a rentabilidade da americana também foi positiva (20,93%), com cotação média de R$ 12,50/cx com 12 unidades. Os cenários favoráveis foram motivados pela redução dos custos de produção – devido à menor incidência de doenças, ao menor volume descartado e à oferta mais controlada (por conta da redução do plantio).
Já em Teresópolis (RJ), a proliferação de esclereotínia (mofo branco), comum no período, gera excessivo volume de perdas e, consequentemente, preços baixos. Porém, neste inverno, a doença está bem controlada, o que também influenciou nas melhores rentabilidades: positivas em 74% para a crespa e em 26% para a americana.
Para agosto, a tendência é de que as vendas se elevem um pouco, por conta do retorno das aulas. Contudo, a boa produtividade esperada pode continuar limitando as cotações.

Alface: Rentabilidade é positiva em SP e RJ

Os baixos preços registrados em julho, em conjunto com a demanda fraca no período, refletiram em sucessivas desvalorizações das alfaces nas praças paulistas de Mogi das Cruzes e Ibiúna e na região serrana de Teresópolis (RJ). Mesmo com a queda nas cotações, a oferta (ainda que crescente) foi reduzida, devido à menor área plantada – gerando rentabilidade positiva para as regiões.
Em Ibiúna, o preço médio da crespa, em julho, foi de R$ 9,83/cx com 20 unidades, valor 7,28% superior ao valor de custo. Em Mogi das Cruzes, a rentabilidade da americana também foi positiva (20,93%), com cotação média de R$ 12,50/cx com 12 unidades. Os cenários favoráveis foram motivados pela redução dos custos de produção – devido à menor incidência de doenças, ao menor volume descartado e à oferta mais controlada (por conta da redução do plantio).
Já em Teresópolis (RJ), a proliferação de esclereotínia (mofo branco), comum no período, gera excessivo volume de perdas e, consequentemente, preços baixos. Porém, neste inverno, a doença está bem controlada, o que também influenciou nas melhores rentabilidades: positivas em 74% para a crespa e em 26% para a americana. Para agosto, a tendência é de que as vendas se elevem um pouco, por conta do retorno das aulas. Contudo, a boa produtividade esperada pode continuar limitando as cotações.

Arroz: Agosto começa prometendo melhores preços

Se agosto é o mês do desgosto, foi em junho e julho que os arrozeiros gaúchos viram os preços do arroz despencarem no Rio Grande do Sul, depois de testarem um teto de até R$ 46,00 na Zona Sul em maio. E em agosto, o otimismo começa a reinar já nos primeiros dias, com grande expectativa sobre uma retomada na evolução dos preços. Nos três primeiros dias úteis as notícias são boas para os agricultores: as cotações voltaram a subir e acumularam 0,77%, chegando a R$ 43,23 nesta segunda-feira, ultima semana, 5 de agosto. Pela cotação do dólar, que desvalorizou em função da disputa comercial com a China, a equivalência ficou em US$ 10,91 por saca de 50 quilos.

Etanol: Preços se mantêm firmes pela 5ª semana seguida

A demanda por etanol continuou aquecida por parte de alguns compradores nos últimos dias, mas o volume negociado de etanol hidratado foi bastante menor se comparado ao da semana anterior. Mesmo assim, os preços ficaram firmes pela quinta semana consecutiva. De acordo com colaboradores do Cepea, compradores estavam retirando o produto adquirido anteriormente e as bases de descarga estavam bastante abastecidas. Do lado das usinas, boa parte seguiu firme nos preços de vendas neste momento de entrada do período de pico de colheita. Entre 29 de julho e 2 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 1,7253/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), pequena alta de 0,56% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,8992/litro (sem PIS/Cofins), aumento de 1,5% na mesma comparação.

Maçã: Preços sobem em São Joaquim

Na semana (02 a 09/08), a comercialização de maçãs começou a dar indícios de que pode se aquecer nas próximas. A volta às aulas, a semana de pagamentos e um aumento na temperatura nos principais centros consumidores, estimularam a demanda, o que permitiu que classificadores subissem os preços da Cat 1.
Entre as três principais regiões classificadoras, São Joaquim (SC) foi a que obteve maiores valorizações: para a gala graúda Cat 1, a alta foi de 9% e a fruta fechou com média de R$ 66,90/cx de 18 kg, enquanto a fuji graúda Cat 1 finalizou com média de R$ 62,33/cx de 18 kg, aumento expressivo de 13% frente à semana passada. Até mesmo as miúdas da mesma categoria conseguiram manter boas cotações.
Segundo agentes, as maiores dificuldades de escoamento continuam sendo das maçãs Cat 2, uma vez que não conseguem competir com os preços mais baixos da Cat 3 e nem com a maior qualidade da Cat 1. Assim, apesar de boas cotações, o cenário geral para as maçãs de categoria 2 foi de manutenção ou até de leve recuo de preços nesta semana, em todas as regiões classificadoras.

Tomate: Calor e oferta alta reduzem cotações

O tomate salada longa vida foi negociado na Ceagesp a R$ 32,50/cx de 18-20 kg (-12,08%) e a R$ 55,17/cx (-11,50%), para as classificações 2A e 3A, respectivamente, entre 05 e 09/08. Apesar da frente fria da semana (03 e 04/08), o volume não esteve baixo na segunda-feira (05) e os produtos foram comercializados entre R$ 50,00 e R$ 70,00/cx. Com os termômetros registrando temperaturas mais elevadas, a maturação dos frutos foi maior, o que elevou ainda mais a disponibilidade de mercadoria, reduzindo os preços. Assim, o calor e a oferta elevada foram responsáveis pela queda nos valores, e, na ultima sexta (09) haviam tomates sendo vendidos entre R$ 30,00/cx e R$ 40,00/cx (3A) nos principais atacados brasileiros (São Paulo, Campinas/SP, Rio de Janeiro/RJ e Belo Horizonte/MG). Também houve recuo expressivo do tomate rasteiro para mesa que foi comercializado pelos produtores em Irecê (BA) a R$ 26/cx, queda de 22,39% em relação à semana passada. Isso se deve a colheita em outros locais, como Goiás (GO). Nos próximos dias, caso esquente ainda mais, podem ter mais produtos para a venda, reduzindo as cotações.

Mamão: Oferta de havaí se eleva na roça

Nos dias (05 a 09/08) foram marcados por uma nova redução dos preços do mamão havaí nas maiores regiões produtoras da variedade (Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo). Na praça norte capixaba, o havaí foi comercializado na média de R$ 5,40/kg, queda de 12% em relação à semana passada. Já na sul baiana, as cotações caíram 8% na mesma comparação, registrando média de R$ 5,40/kg.
Este cenário do havaí, esteve relacionado à demanda ainda enfraquecida, devido aos altos preços registrados, e ao aumento da oferta nas regiões produtoras, já que as lavouras sentiram a mudança na temperatura (clima mais quente), ocorrendo avanço da maturação das frutas. Para as próximas semanas, maior disponibilidade de havaí é esperada, podendo pressionar ainda mais as cotações.

Manga: Preços sobem na Ceagesp

A manga teve valorização expressiva na Ceagesp na semana (05 a 09/08). Após semanas de baixas temperaturas – que reduziram o consumo – o mercado voltou a se aquecer, beneficiando o escoamento da fruta. A palmer ficou na média de R$ 4,00/kg, e a tommy foi vendida a R$ 4,22/kg, aumentos de 27% e 16%, respectivamente.
Além da recuperação da demanda, a oferta ainda não é elevada nas roças, sustentando os melhores preços – vale lembrar que a tendência é de aumento gradual e moderado das colheitas ao longo deste semestre, tanto no Nordeste, quanto no Norte de Minas Gerais. Apesar dos bons resultados e do registro de valorizações nesta semana, atacadistas salientaram que a grande diversidade de calibre e qualidade das mangas recebidas nos boxes gerou oscilações nos preços: a palmer teve valores mínimos de R$ 3,17/kg e máximos de R$ 4,67/kg, enquanto o menor preço da tommy foi de R$ 3,33/kg e, o maior, de R$ 5,00/kg.

Uva: Aumenta oferta de vitória no Vale

No Vale do São Francisco (PE/BA), o mercado de uva foi um pouco mais fraco na semana (05 a 09/08). De acordo com os produtores da região, para a BRS vitória, este cenário, juntamente com o maior volume, faz com que as cotações diminuíssem no período. Para a variedade embalada, a média foi de R$ 6,21/kg, queda de 13% em relação à semana passada; nas roças, o recuo foi ainda maior: -16,1%, com as cotações atingindo R$ 4,33/kg.
A arra 15 também apresentou volume considerável, porém, a saída desta variedade foi melhor: na versão embalada a média foi de R$ 9,41/kg (+1%). Produtores afirmaram que as uvas estão com boa qualidade e dentro do padrão comercial ideal. Viticultores da região seguem ansiosos para o início das exportações, levando em consideração que essa atividade costuma dinamizar o mercado doméstico – já que, dependendo do volume, pode proporcionar cotações melhores ao aliviar o abastecimento interno.

Ovos: Poder de compra recua pelo 3º mês consecutivo
Ainda que a movimentação de preços no mercado de grãos tenha sido favorável ao avicultor de postura em julho, as desvalorizações mais expressivas dos ovos comerciais reduziram o poder de compra frente aos principais insumos utilizados na atividade. Assim, segundo pesquisadores do Cepea, as quantidades de milho e de farelo de soja que o produtor pôde comprar diminuíram pelo terceiro mês consecutivo. Segundo a Equipe de Grãos do Cepea, as desvalorizações do milho estiveram atreladas ao avanço da colheita da segunda safra, que elevou a disponibilidade do cereal na maior parte das regiões acompanhadas. Em relação ao farelo de soja, o movimento de queda esteve associado ao menor ritmo de negócios, uma vez que vendedores já comercializaram boa parte da safra 2018/19, e compradores do derivado, já abastecidos, passaram a adquirir volumes menores. Os preços dos ovos branco e vermelho tipo extra, por sua vez, caíram com maior intensidade em julho, devido ao menor ritmo de negócios, que está atrelado à redução da procura no período de férias escolares e à existência de estoques, observados especificamente no início do mês.


Por CCIBJ-PR com informações dos sites:
Conab, Cepea, Hortifrut, Planeta Arroz e Notícias Agrígolas