O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou a 111,2 pontos em outubro, de 106,7 em setembro, informou nesta quarta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV). É o maior nível do indicador desde abril de 2011, quando o ICI era de 111,6 pontos.
“A sondagem de outubro mostra que o setor industrial está mais satisfeito com a situação atual e otimista que esse resultado será mantido nos próximos três meses. Chama atenção, contudo, o retorno do Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) a um nível próximo da média anterior à pandemia e o porcentual de empresas indicando estoques insuficientes, o maior desde o início da série”, diz, em nota, a economista da FGV Renata de Mello Franco.
O crescimento da confiança da indústria foi puxado pelo desempenho do Índice de Situação Atual (ISA). O indicador subiu de 107,3 pontos em setembro para 113,7 em outubro, o maior nível desde os 116,4 pontos de junho de 2010.
A parcela de empresas que avalia a situação atual como “boa” aumentou de 33,5% para 42,8%, enquanto a proporção das que consideram a situação “fraca” caiu de 21,0% para 15,4%. O nível de estoques subiu de 108,1 pontos para 114,2, e o indicador de demanda cresceu de 106,2 para 110,3 pontos.
Também houve alta no Índice de Expectativas (IE), de 105,9 para 108,6 pontos, o maior nível desde maio de 2011 (110,0). A melhora foi puxada pelo indicador de evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes, de 96,5 para 100,8 pontos, na zona de neutralidade, mas ainda abaixo de fevereiro (104,9).
A parcela de empresas que preveem melhora no ambiente de negócios aumentou de 39,9% para 45,7% e a proporção das que projetam piora caiu de 13,6% para 11,0%. O indicador de produção prevista para os próximos três meses subiu 2,5 pontos, para 113,6, e o de emprego previsto cresceu 1,1 ponto, para 110,9.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) cresceu 1,6 ponto porcentual, de 78,2% para 79,8%, o maior nível desde novembro de 2014 (70,3%). Com o resultado, o indicador ficou próximo do nível de 79,9% visto na média de janeiro de 2001 a fevereiro de 2020.
“A demora na recuperação do indicador de tendência dos negócios sinaliza uma certa preocupação dos empresários sobre a sustentação desse nível de otimismo por um período maior considerando o fim dos programas de auxílio emergencial”, afirma a economista.
Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: reprodução da AEN/ Créditos de Geraldo Bubniak