Exposição do fotógrafo Naoki Ishikawa, uma parceria do MON com a Japan House São Paulo, já está aberta ao público

Museu Oscar Niemeyer (MON) é a primeira instituição brasileira a estabelecer acordo de cooperação com a Japan House São Paulo para realização de mostras de arte japonesa e outras ações culturais

Em uma parceria inédita, o Museu Oscar Niemeyer (MON) e a Japan House São Paulo trazem à Curitiba (PR), a exposição “Japonésia”, do jovem fotógrafo Naoki Ishikawa, considerado um dos artistas mais relevantes no cenário atual da fotografia no Japão. A exposição já está aberta ao público e fica em cartaz até 11 de abril. A mostra faz parte de uma série de ações de intercâmbio programadas pelas duas instituições que prevê exposições e outras atividades culturais e educativas a serem realizadas de forma conjunta.
“Japonésia” foi concebida pela Japan House São Paulo, que apresentou esta exposição inédita na América Latina entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. Com curadoria de Natasha Barzaghi Geenen, diretora Cultural da instituição nipônica, a exposição reúne 74 fotografias, resultado de várias séries realizadas por Ishikawa durante o período de 2009 a 2019. A mostra revela particularidades do arquipélago japonês, ressaltando sua diversidade de paisagens e culturas, levando os visitantes a uma verdadeira expedição por um Japão múltiplo. O termo “Japonésia” foi criado e conceituado pelo escritor japonês Toshio Shimao, com a intenção de enfatizar que o país é um conjunto de ilhas, indissociável embora multicultural.

Em tempos digitais, Naoki Ishikawa se destaca por fotografar de maneira analógica as paisagens das terras japonesas, trazendo um olhar singular para a interação entre a natureza e a presença humana e seus traços culturais nesses locais. Ishikawa, com sua extensa trajetória artística, vem mostrando seu trabalho com muito sucesso na Ásia e nos Estados Unidos, além de conquistar prêmios como a da The Photographic Society of Japan, na categoria Lifetime Achievement Award.

“Os trabalhos de Naoki Ishikawa reforçam a forte ligação do Japão com o mar, evidenciando a diversidade das paisagens naturais particulares de cada região. É um belíssimo trabalho de um artista do século XXI que nos faz tomar parte das suas descobertas. É uma grande satisfação poder apresentá-lo pela primeira vez em Curitiba em uma parceria inédita e valiosa firmada com o MON”, afirmou Natasha Barzaghi Geenen. De acordo com a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, a cooperação institucional enfatiza a intenção do MON em ampliar horizontes. “Queremos ir além da influência eurocêntrica e apresentar ao visitante a arte asiática, a africana e a latino-americana”, destacou.

Com sede na Avenida Paulista, a Japan House São Paulo tem como objetivo ser uma base de difusão de diferentes vertentes da cultura japonesa e esta associação com o MON amplia a rede de conexões com outras cidades e reforça a aproximação com o público paranaense. “Seguimos apresentando o Japão de hoje além dos muros de nossa sede em São Paulo e a parceria com o MON é um dos importantes movimentos neste sentido. Estamos felizes com esta concretização e com a aproximação com os paranaenses”, enfatiza Eric Klug, Presidente da Japan House São Paulo.

Sobre “Japonésia”:
Em seus registros, Naoki Ishikawa apresenta o mar, indissociável à representação do Japão, como elemento de grande importância dentre suas obras e, em Japonésia, ele aparece tanto como destaque ou quanto como pano de fundo para tantas outras representações, numa forma de retratar uma das partes essenciais do Japão. Outro elemento vital desta exposição-expedição, o Monte Fuji, também está presente com destaque entre as obras, em fotografias que são frutos de escaladas que o artista realizou em 2009, trazendo o seu olhar atento aos detalhes do percurso neste importante ícone.

As fotografias foram impressas no Japão, diretamente do negativo para o papel, sem passar pela digitalização, o que destaca ainda mais as cores das imagens. A expografia ainda inclui áudios gravados a partir de textos escritos pelo próprio artista, aproximando o público do processo e produção de Naoki Ishikawa, que traz uma dimensão afetiva e também geográfica para cada um dos conjuntos de fotografias exibidos.

Ishikawa cria projetos que lidam com o risco e exigem muito desempenho físico e mental. Pesquisa minuciosamente as diferentes localidades antes de se deslocar até elas e caminhar por essas geografias para registrar as paisagens de maneira artística, fazendo com que o expectador possa adentrar naquela fotografia, criando uma sensação de imersão pelas terras japonesas. As obras selecionadas para essa exposição são resultantes de explorações, viagens, escaladas e aventuras do artista e exibem a natureza, enfatizando cenas e pontuando tanto o homem em movimento quanto sua ação transformadora nesses ambientes.