O estudante paranaense Maycon Oliveira Lourenço, de apenas 18 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria Engenharia Eletrônica na edição 2019 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), um dos eventos mais importantes do gênero.
Maycon criou um detector de pressão que pode ser usado para diagnosticar e prevenir rompimentos em silos, barragens, pontes e viadutos. A pesquisa foi desenvolvida no Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto, em Cascavel (no Oeste do Estado), onde o jovem concluiu o curso técnico em Eletrônica junto com o Ensino Médio.
O projeto foi uma resposta à uma necessidade real verificada entre os produtores de grãos do Paraná. Depois de um estudo sobre o setor produtivo da região, Maycon e seus orientadores perceberam que muitos silos de armazenamento apresentavam sinais de rompimento devido à pressão das cargas e decidiram elaborar um mecanismo para prevenir possíveis rompimentos dos recipientes e evitar prejuízos aos produtores.
“Pensamos nesse projeto como solução para um problema presente no cotidiano do agronegócio da nossa região, mas também na viabilidade econômica do produto”, disse Maycon. “Com ele, realizamos o monitoramento de estruturas metálicas verificando os limites da estrutura, determinando se está dentro dos limites normalizados a fim de determinar a vida útil da estrutura, comparando as tensões reais com os modelos de cálculo, fazendo desta maneira o monitoramento da estrutura, garantindo maior segurança, e economia para os produtores”, explicou.
Esse é o segundo projeto de iniciação científica que Maycon desenvolveu durante os quatro anos no Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto, além de participações em feiras de ciências e 11 premiações científicas. “Vale muito a pena ingressar no Ceep, ainda mais na área de ciência e tecnologia, porque os professores são dedicados, os laboratórios são de alta qualidade, com estrutura de ponta. Existe um incentivo e dedicação de todos para solucionar os problemas da atualidade por meio da ciência”, afirmou.
A escola técnica promove uma vez por ano a Exposição de Trabalhos de Pesquisa Escolar e de Iniciação Científica (Expoceep) e oficinas de iniciação científica. Além disso, são feitas periodicamente palestras relacionadas a diversas áreas de pesquisas.
Em 2018, o colégio criou o Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica do CEEP (Nupic) para divulgar as pesquisas científica e motivar os alunos. “A nossa missão é desmistificar que a educação profissional é só chão de fábrica. Pelo contrário, ela trabalha a inovação, desenvolve o hábito de estudo, dá visibilidade à instituição nas diferentes mídias, e pensa no conhecimento e na sua aplicabilidade para resolver problemas”, disse a diretora do CEEP, Sandra Regina de Andrade Tambani.
Quatro protótipos do experimento já foram testados em silos. O detector possui um circuito eletrônico que mede os dados de quilograma-força e os envia para uma placa microcontroladora que faz o reconhecimento da força exercida sobre a estrutura. Esses dados são armazenados em um cartão de memória e podem ser analisados semanalmente ou mensalmente.
“Algumas estruturas apresentam características especiais, apresentando métodos de construção não convencionais, o que torna necessário o monitoramento durante a etapa construtiva”, diz o estudante. Segundo ele, com a utilização do detector de força, é possível verificar as cargas presentes na construção com as cargas previamente calculadas, aumentando a segurança e confiabilidade do processo.
Com informações da Agencia de Notícias do Paraná