O serviço de mensagens WhatsApp, do Facebook, lançou nesta segunda-feira um sistema no Brasil que permitirá que usuários enviem dinheiro a indivíduos ou empresas no país dentro de uma conversa, anexando o pagamento como se fosse foto ou vídeo.
Foto: REUTERS/Dado Ruvic
O WhatsApp testou o sistema de pagamentos na Índia desde de 2018. O lançamento no Brasil será o primeiro em âmbito nacional e introduzirá a capacidade de pagar diretamente uma empresa.
O aplicativo possui mais de 120 milhões de usuários individuais no Brasil, seu segundo maior mercado, atrás da Índia.
Inicialmente, o sistema aceitará pagamentos com cartões de débito e crédito do Banco do Brasil, Nubank e Sicredi e está trabalhando com a Cielo para processar os pagamentos.
Em comunicado ao mercado, a Cielo disse que a versão mais recente do aplicativo apresentará gradativamente a opção ‘pagamentos’ no menu e que, por meio dela, é possível realizar pagamentos 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, além de acompanhar o histórico de transações.
“O interessado em realizar pagamentos para outras pessoas ou para empresas precisará cadastrar e validar seu cartão de débito ou múltiplo no WhatsApp. Os comerciantes interessados em realizar vendas precisarão se credenciar à Cielo por meio da plataforma do WhatsApp”, explicou a empresa brasileira.
“O WhatsApp é muito usado no país, tanto por pessoas quanto por pequenas empresas”, disse Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp, sobre o Brasil.
“Acreditamos que podemos ajudar a aumentar os pagamentos digitais, ajudar a ampliar a economia digital com pequenas empresas e ajudar a apoiar a inclusão financeira”, disse ele à Reuters, em entrevista.
Muitas das pequenas empresas do Brasil já usam o WhatsApp como ferramenta de marketing para responder perguntas ou enviar catálogos, disse Idema.
O executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em abril que a empresa estava expandindo ferramentas para negócios no WhatsApp.
A implantação no Brasil foi planejada há muito tempo, mas pode ajudar os usuários que estão trancados durante a pandemia de coronavírus, disse Idema.
“Não podemos ter o tipo de interação que normalmente teríamos, se você quer emprestar dinheiro a alguém ou se deseja comprar algo de uma empresa local”, disse ele.
O sistema de pagamento usará o Facebook Pay e será gratuito para usuários individuais, cobrando das empresas uma taxa pelo recebimento de pagamentos.
Conforme a Cielo, o pagamento de pessoa para pessoa funcionará na modalidade débito e o pagamento de pessoa para empresas ou empreendedores funcionará nas modalidades débito e crédito. Nas transações de débito, o comerciante receberá o valor da venda em um dia e nas transações de crédito em dois dias.
Idema disse que a empresa planeja levar o sistema de pagamento para vários outros países, mas não especificou quais.