Especialista japonesa fala sobre novo coronavírus e o que precisa ser feito

A seguir, apresentamos um breve comentário de uma especialista sobre o novo coronavírus.

Na semana passada, a governadora de Tóquio, Koike Yuriko, disse em uma coletiva de imprensa que o alastramento do novo coronavírus está em um estágio crítico. A situação do surto no Japão está mudando rapidamente.

Na terça e quarta-feira, nós apresentaremos a opinião de Sakamoto Fumie, que administra a Divisão de Controle de Infecções no Centro de Aprimoramento da Qualidade no Hospital Internacional St. Luke. Na primeira metade dessa série de dois dias, a especialista fala sobre a atual situação do surto e o que nós precisamos fazer agora.

Ela diz que a situação começou a mudar por volta do início do final de semana, mencionando o website do governo metropolitano de Tóquio, que mostrava que o número de pessoas que testavam positivo continuava a aumentar, enquanto o número daqueles que se submetiam ao teste não aumentava tanto. Sakamoto está profundamente preocupada que o número de casos graves possa aumentar no futuro.

Ela afirma que a quantidade de respiradores artificiais disponíveis em hospitais é limitado, assim como o número de médicos e enfermeiros que podem utilizá-los. A especialista alerta que precisamos partir do pressuposto de que haverá falta de respiradores em breve, mesmo que isso não ocorra no momento.

Sakamoto prossegue dizendo que um número limitado de hospitais recebe pacientes com Covid-19 e que agora é a hora de expandir a capacidade para lidar com eles, dividindo hospitais entre aqueles que lidam com casos leves e aqueles que tratam casos graves.

Ela ressalta que o que se espera dos cidadãos é que se recuperem em casa, mencionando dois pontos para isso. Primeiro, a maioria daqueles que se sentem um pouco mal mas não têm certeza se estão infectados vai se recuperar naturalmente sem ir ao hospital. Segundo, algumas pessoas testam positivo mas apresentam apenas sintomas leves. Em ambos os casos, ela diz que provavelmente será solicitado que essas pessoas se recuperem em casa.

Para Sakamoto, há uma série de desafios ao oferecer apoio para a recuperação no domicílio. Por exemplo, se houver alguém em casa que tenha testado positivo, ou alguém com suspeita apresentando sintomas, essa pessoa precisa ser isolada daqueles mais vulneráveis a complicações. A especialista conclui que há necessidade urgente para que as pessoas acumulem conhecimento em preparação para a recuperação em casa.