O Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 anunciado na quarta-feira (6) no Palácio do Planalto trouxe boas perspectivas para o Paraná. O governo federal liberou R$ 194,37 bilhões para o crédito rural, e aproximadamente 14% deste valor deverá ser pleiteado pelos produtores paranaenses.
Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, George Hiraiwa, que esteve presente no lançamento do Plano em Brasília, essas mudanças vão ajudar a impulsionar o plantio e motivar os produtores. “As taxas de juros em percentuais menores certamente vão provocar uma retomada nos investimentos que vinham em um ritmo mais lento, com a Selic em movimento decrescente e as taxas de crédito rural muito elevadas”, disse.
Outro destaque é a venda da produção de commodities, como milho e soja, com preços internacionais sustentados na Bolsa de Chicago e o câmbio favorável às exportações. Essas duas variáveis são fatores fortes e de sustentação ao agronegócio brasileiro, e devem impulsionar a atividade.
Na avaliação do chefe do Deral, Francisco Carlos Simioni, o Plano Agrícola vem de forma motivadora. Entre os pontos que chamam a atenção, está o fortalecimento das linhas de crédito, em especial ao setor cooperativista, como a abertura de nova linha para capital de giro para as cooperativas ligadas à atividade leiteira, considerando que o Paraná ocupa a segunda colocação no Brasil entre os principais produtores de leite, ficando atrás apenas de Minas Gerais. A nova linha de até R$ 50 milhões por cooperativa/ano vem ao encontro do processo de melhoria e consolidação tecnológica para a atividade. Outro destaque é a inclusão da piscicultura no custeio agropecuário, setor que está em grande expansão no Estado. “Esses são pontos muito importantes, considerando a forte vocação cooperativista do Estado e a expectativa de manutenção do crescimento do setor”, afirmou Simioni.
Tradicionalmente, o Estado conquista em torno de 15% a 18% do Plano, considerando a aplicação dos bancos que operam com os recursos do sistema nacional de crédito rural, entre eles os bancos oficiais, despontando o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BRDE. Operam ainda com crédito rural e com recursos controlados as Cooperativas de Crédito, como Central Sicoob, Central Sicredi, Central Cresol, CrediAliança e demais Bancos privados.
Pronaf, Pronamp e demais produtores foram contemplados dentro do Plano Agrícola com a ampliação da renda bruta para efeitos de enquadramento. O Paraná possui cerca de 370 mil propriedades rurais. Aproximadamente 80% delas estão classificadas na categoria de agricultura familiar, com renda suficiente para se enquadrar no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Essa categoria teve a renda bruta anual corrigida para R$ 415 mil, trazendo mais espaço para que possam ampliar a participação na atividade agropecuária com taxas de juros menores.
Em relação ao médio produtor, a ampliação do limite de renda bruta na classificação do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) saiu de R$ 1,7 milhão para R$ 2 milhões, o que também é positivo pois a categoria é grande demandadora de crédito rural no Estado. Para os demais produtores a renda bruta anual classifica-os como aqueles que obtiverem renda oriunda da atividade acima de R$ 2 milhões ao ano.
Os Preços Mínimos de Garantia não foram anunciados. Esse é um fator que continua sendo aguardado pelos produtores, dada a importância que esse mecanismo tem no processo de comercialização da produção, em especial para produtores de feijão e milho.
O seguro rural, ferramenta importante para proteção e produção, e a renda dos produtores rurais, conta com um orçamento de R$ 600 milhões para o novo Plano. Os recursos deverão ser utilizados para subvenção das apólices de seguro rural de feijão, milho e soja. O volume anunciado fica aquém das expectativas do Setor Agropecuário, que esperava pelo menos R$ 1 bilhão.
por Mark Grassi com informações da AEN
Foto: O anúncio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019. Créditos: Divulgação SEAB