A Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), em parceria com o Instituto Nacional de Tecnología Agropecuária (Inta) da Argentina, desenvolve dois projetos de controle de pragas da erva-mate. A planta, utilizada na produção do chimarrão, é responsável por uma cadeia produtiva que movimenta US$ 1,2 bilhão ao ano.
O objetivo é estudar a ampola e a broca, duas das principais pragas que atingem as regiões produtoras de erva-mate no Brasil, na Argentina e no Paraguai. As pesquisas são financiadas pelo Instituto Nacional da Erva-Mate (Inym), também argentino, com recursos aplicados na ordem de R$ 100 mil.
Segundo o coordenador do projeto e professor do Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais da Unioeste, Luis Francisco Angeli Alves, além da geração de conhecimento e soluções inovadoras para o controle das pragas, a iniciativa prevê a transferência da tecnologia para o produtor, por meio de capacitação e treinamento de técnicos da Inym e da Cooperativa Agrícola Mixta de Montecarlo, localizada na Província de Misiones, no Nordeste da Argentina.
A equipe é formada por pesquisadores, técnicos e estudantes de doutorado da Unioeste, do Inta e da Universidad Nacional de Misiones (Unam). O projeto também oferta uma oportunidade para que estudantes desenvolvam pesquisas para trabalhos de conclusão de curso, tanto de graduação como de pós-graduação, por meio de um convênio entre a universidade paranaense e o instituto.
Historicamente, a erva-mate possui um papel fundamental para a economia de muitos municípios do Sul do Brasil, sendo o principal produto não madeireiro do agronegócio florestal na região.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a erva-mate tem ganhado visibilidade no mercado internacional, pelas propriedades como teor de cafeína, teobromina e saponina.
“O mercado da erva-mate possibilita o desenvolvimento de novos produtos, como chás, energéticos e outras bebidas, cosméticos e produtos de limpeza. Crescem as oportunidades do mercado de erva-mate e melhorias no sistema de produção podem auxiliar o produtor a se tornar mais competitivo”, destaca Angeli.
Fotos: Divulgação Unioeste