Kuroda, do Banco do Japão, diz que é cedo para discutir retirada de estímulos

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta quinta-feira que impulsionar a inflação doméstica para a meta de 2% continua sendo a principal missão da instituição e que é muito cedo ainda para discutir a retirada das agressivas medidas de relaxamento monetário em vigor.

O comentário foi feito em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do BoJ, durante a madrugada, de manter sua política monetária inalterada.

Kuroda disse também que as taxas de câmbio do iene têm se mantido relativamente estáveis, apesar de recentes quedas nas bolsas e juros de bônus globais.

Embora acredite ser importante manter a cautela, Kuroda afirmou que não houve mudanças na previsão de que a economia do Japão continuará se expandindo de forma gradual. Ele ressaltou que os efeitos da recente queda nos preços do petróleo sobre as expectativas de inflação exigem atenção.

Kuroda comentou também que cresceram os riscos para a economia japonês, principalmente os relacionados à postura de protecionismo comercial dos Estados Unidos e da China, mas acrescentou que, se necessário, o BoJ ainda dispõe de várias outras medidas de estímulos.

O chefe do BoJ disse ainda ser natural que os juros dos bônus do governo japonês (JGBs) tenham caído nas últimas semanas, uma vez que os rendimentos dos Treasuries e dos bônus europeus também recuaram. Kuroda também afirmou não ver problema de o juro do JGB de 10 anos cair abaixo da meta de 0%, contanto que fique numa faixa de 20 pontos-base acima ou abaixo desse nível.

O retorno do JGB de 10 anos recuou meio ponto-base nesta quinta, a 0,025%, após atingir uma máxima de 0,155% em 9 de outubro. Fonte: Dow Jones Newswires.