O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 4,78% em março na comparação com o mês anterior, segundo maior avanço da série histórica iniciada em 2014.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)informou ainda nesta terça-feira que a alta recorde de fevereiro foi revisada de 5,22% para 5,16%.
O IPP agora acumula elevação de 33,52% nos últimos 12 meses, taxa também recorde.
O IBGE explicou que o resultado de março reflete, principalmente, o aumento dos preços nas atividades de refino de petróleo e produtos de álcool (16,77%), outros produtos químicos (8,79%), madeira (7,73%) e papel e celulose (7,18%).
O gerente de análise e metodologia da Coordenação de Indústria, Alexandre Brandão, explicou que o resultado teve impacto da depreciação do real frente ao dólar, que afeta tanto os preços dos produtos exportados pelo Brasil quanto os preços dos produtos importados, em particular das matérias primas.
“Muitas matérias primas estão com os preços majorados e essas altas se espalham por diversas cadeias”, disse Brandão no comunicado sobre os dados, destacando ainda que outro fator foi o aumento da demanda internacional, principalmente da China.
“As commodities têm aumentado de preço porque o mercado internacional está pressionado pela demanda, em particular a exercida pela China por produtos da agroindústria, como os derivados da soja e as carnes, em particular bovina. Mas também há pressões sobre produtos siderúrgicos e de celulose.”
O IPP mede a variação dos preços de produtos na ‘porta da fábrica’, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Fonte: Reuters