Boletim Agro News

Produção de soja do Brasil deve avançar ao norte e saltar 33% em 10 anos, diz estudo

A produção de soja do Brasil deve avançar 32,9% nos próximos dez anos, atingindo os 151,9 milhões de toneladas na temporada 2028/29, com a continuidade da expansão produtiva em direção ao Norte, informou o Ministério da Agricultura em estudo de longo prazo divulgado na utima sexta-feira.

De acordo com a pesquisa, na próxima década a área plantada com a oleaginosa no país deve saltar 9,5 milhões de hectares, ou 26,6%, e alcançar os 45,3 milhões de hectares em 2029, sendo a lavoura com o maior crescimento previsto para o período –ainda que menor que o dos últimos 10 anos, quando expandiu 67%.

Alface: Clima acelera crescimento e limita alta dos preços em SP

Após o início de julho com produção reduzida, a elevação da temperatura na semana (22 a 26/07) resultou em maior oferta nas lavouras de Mogi das Cruzes e Ibiúna (SP). Os dias mais ensolarados e mais quente beneficiaram a produtividade e, consequentemente, elevou a quantidade de pés nas roças.

No início do mês – com influência das baixas temperaturas acompanhadas de geadas – o ciclo de crescimento das alfaces se prolongou, porém, com estes dias mais quentes, o crescimento está se acelerando, resultando na maior oferta nas roças. Entretanto, esse cenário terá impacto mais significativo somente nas próximas semanas. Como a demanda continua enfraquecida pelo recesso escolar, as sobras estão maiores e os preços recuaram: a crespa teve queda de 4,21% em Mogi das Cruzes, sendo cotada a R$ 11,38/cx com 20 unidades.

Em relação à qualidade, está satisfatória, sem grandes problemas com doenças, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Para a próxima semana (27/07 a 02/08), os preços não devem se alterar, pois o clima deve continuar favorecendo a produção e elevando a oferta disponível. Por outro lado, a volta às aulas pode favorecer a saída das alfaces.

Maçã: Final de mês limita demanda

Com a proximidade do fim de mês, o mercado de maçãs permaneceu lento na semana (22 a 26/07) em função do menor poder de compra do consumidor. Porém, apesar da comercialização enfraquecida, os preços da maçã ficaram estáveis ou com leve recuo, principalmente para as frutas de primeira categoria. Isso ocorreu porque as classificadoras reduziram a abertura das câmaras de armazenamento e, consequentemente, processaram um menor volume de maçãs – prática que visava manter a oferta controlada.

Na média das regiões classificadoras, a gala graúda Cat 1 fechou com preço médio de R$ 62,71/cx de 18 kg, leve redução de 2% frente à semana passada. Para a fuji graúda Cat 1, o recuo de preços foi de apenas 1%, sendo vendida por R$ 54,76/cx de 18 kg.

Ainda assim, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, houve certa dificuldade no comércio da categoria 2, visto que há classificadores que montam lotes mistos de Cat 1 com as melhores frutas da 2 e comercializam como uma categoria 1 mais “barata”, o que reduz a atratividade e a competitividade das frutas de categoria 2. Vale ressaltar que, para alguns centros, a baixa procura por maçãs também está relacionada às férias escolares e ao frio, cenário observado na Ceagesp.

Uva: Preços no NE estão satisfatórios

Os preços da uva no Vale do São Francisco (PE/BA) estão elevados. De acordo com agentes do setor, o mercado tem sido atrativo diante da oferta controlada a nível nacional. Na semana (22 a 26/07), as temperaturas subiram um pouco, melhorando o escoamento nas centrais atacadistas. Além disso, o Vale conta com poucas frutas, devido às chuvas e os abortamentos do primeiro semestre. As temperaturas também influenciaram levemente no ritmo da maturação, fazendo oscilar a quantidade colhida.

As uvas com semente como itália e benitaka ficaram na média de R$ 4,11/kg e R$ 4,35/kg nas roças, um incremento de 2,3% e 7,9% nesta semana ante à passada. Para as uvas sem semente, como a BRS vitória, o preço ficou em R$ 5,17/kg (+9,9%). De modo geral, a expectativa é bastante positiva, levando em consideração a atividade exportadora, que tem se mostrado próspera e uma das fontes de escoamento de mercadorias.

Tomate: Maiores temperaturas elevam oferta e preço cai

Na semana (22 a 26/07) os preços do tomate salada longa vida 3A caíram significativamente. A queda mais expressiva foi observada nos atacados de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ): 29,81% (R$ 55,30/cx de 20 kg) e 28,48% (R$ 64,52/cx), respectivamente. A desvalorização já era esperada, já que com o aumento gradual das temperaturas nos últimos dias, a maturação dos tomates se acelerou. Além disso, a primeira parte da safra de inverno continua se intensificando. De acordo com colaboradores do projeto Hortifruti/Cepea, a qualidade dos frutos em geral é boa, atendendo às exigências do mercado: graúdos e sem manchas (“lisos”, de acordo com os atacadistas). Para a próxima semana, a tendência é que a oferta siga nos patamares dessa, ou até mesmo aumente, uma vez que as temperaturas devem continuar subindo.

Batata: Preço continua caindo com safra de inverno a todo o vapor

A queda nos preços da batata padrão ágata especial foi ainda mais significativa na semana (22 a 26/07). Com o ritmo acelerado da safra de inverno, principalmente em Vargem Grande do Sul (SP), o volume nesta semana esteve maior. Muitos produtos foram comercializados a R$ 60,00/sc de 50 kg nos três principais atacados brasileiros e, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, são batatas de qualidade mais inferior: calibre menor e pele escura. No Rio de Janeiro (RJ) as vendas foram de R$ 83,79/sc (-24,80%), em Belo Horizonte (MG) de R$ 87,19/sc (-21,55%) e em São Paulo (SP) R$ 94,75/sc (-19,12%). Além da elevada oferta, neste mês, com as férias escolares, a demanda pelo tubérculo também caiu. Entretanto, nos próximos dias a procura já deve se normalizar com a volta às aulas. Nas lavouras, a produtividade está maior. Em Vargem Grande do Sul, por exemplo, nesta semana, o rendimento aumentou, e a média está em torno de 700 sc/ha. Assim, mesmo que eleve a procura, as cotações podem recuar pois há bastante batata para ser colhida.

Melancia: Mesmo com clima mais firme, preços não reagem

Os preços da melancia em Goiás e no Tocantins continuaram em queda na semana (22 a 26/07). Mesmo com um aumento na temperatura no estado de São Paulo nos últimos dias, o mercado da fruta ainda não teve mudanças significativas quanto ao consumo, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. A graúda (>12 kg) tocantinense foi comercializada a R$ 0,36/kg, queda de 10,4% frente à semana anterior, enquanto a goiana teve média de R$ 0,41/kg, valor 5,3% inferior.

Vale ressaltar que agentes relataram melhor qualidade na melancia do Tocantins, que tem tido melhor escoamento, enquanto a fruta de Goiás está com a casca mais grossa, devido ao maior tempo exposta ao frio. Para as próximas semanas, espera-se que a tendência de maiores temperaturas no mês de agosto, aliado ao período de volta às aulas, aumente a demanda por melancia, o que pode reduzir a pressão sobre as cotações.

Preço Nacional do Feijão é criado para auxiliar produtores na hora da venda

A paciência de vários setores da produção se esgota com os indícios de manipulação de informações. “Ora, se no Brás havia 7.000 sacos de oferta ontem e a oferta de Feijão-carioca era de novos lotes que lá chegaram de madrugada, qual a razão de um vendedor aceitar o mesmo preço do dia anterior? Qual a razão de vender em São Paulo se não conseguir comprar lá das lavouras, com margem? Não faz sentido. Parece que alguém lá manda escrever o que lhe beneficia para ir no campo comprar durante o dia. Não somos idiotas”, resume a situação um grande produtor associado ao IBRAFE. Ele tem razão. Talvez, se houvesse transparência nas operações lá realizadas, poderia se “engolir” barbaridades como as que dizem que lá acontece. Qual a razão, para um comerciante vender por um preço que não permite recomprar no campo? Isto gera suspeitas em qualquer mente razoavelmente sagaz. Cada novo boletim emitido sobre as nebulosas madrugadas do Feijão-carioca no Brás é uma nova provocação que se faz ao setor. E não somente produtores que se sentem atingidos, mas empacotadores que em nada se beneficiam com o sobe e desce de preços. Qual a solução? Ler ou ouvir besteiras não depende de querer, mas aceitar o que está escrito ou aceitar ser manipulado só depende de você. Por esta razão foi criado o PNF – Preço Nacional do Feijão. E é de graça. Basta enviar um WhatsApp para 41 9137-1831. As vendas são reportadas por produtores, corretores, cerealistas e empacotadores. Se abaixar o preço nas fontes, rapidamente todos sabem e se subir também, na velocidade do WhatsApp.

Mamão: Após forte valorização, havaí se estabiliza

Na semana (22 a 26/07), as cotações de mamão havaí já se demonstraram mais equilibradas. Após uma série de valorizações que levaram a variedade a atingir o recorde histórico, o mercado tornou-se mais lento neste final de mês, impedindo grandes alterações nos preços. Nesta semana, a variedade foi comercializada na média de R$ 6,50/kg no Sul da Bahia, queda de 2% em relação à semana passada.

Já no Norte do ES, as cotações se elevaram em menos de 1%, registrando média de R$ 6,43/kg. Segundo mamocultores, espera-se que a oferta tenha aumento no próximo mês, provocando grande queda nos preços – principalmente se houver uma maturação generalizada das frutas após a elevação das temperaturas. Diferente dessas regiões, no RN/CE, foram as chuvas que limitaram a oferta (por dificultarem a colheita) durante o mês de julho.

MILHO – O ministério vê um avanço de apenas 0,7% na área de cultivo ao longo dos próximos dez anos, para 18,5 milhões de hectares, após um crescimento de 33,2% na última década, que teve destaque com avanço de 134% da segunda safra.

“Não haverá necessidade de novas áreas para expansão dessa atividade, pois as áreas de soja liberam a maior parte das áreas requeridas pelo milho”, apontou o estudo.

Mesmo assim, a produção deverá saltar 20,2% no período, com uma projeção de 114,5 milhões de toneladas para 2028/29.

O consumo interno do produto deve permanecer em torno dos atuais 65,6% da produção, enquanto as exportações tendem a avançar em cerca de 10 milhões de toneladas no período, para 41,4 milhões de toneladas em 2028/29.

O ministério prevê ainda uma produtividade em avanço, especialmente para a “safrinha”.

Veja mais detalhes do estudo, que envolve também outras culturas, clicando no link:
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029-preliminar

Fontes: Cepea/Hortifruti,  Conseleite RS e IBRAFE

No Japão, o molho shoyu é feito de soja

No mundo todo, o principal componente do shoyu, condimento fundamental da culinária asiática, é a soja. No Brasil,  muitas empresas substituem, ou trocam, a soja pelo milho.

Fundamental na culinária asiática

A conclusão é de um grupo de pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ambos da Universidade de São Paulo (USP), que analisou a composição química de 70 amostras de shoyu de marcas comercializadas no país.

Para identificar os ingredientes usados na elaboração do molho, os pesquisadores mediram a proporção de duas variantes do elemento químico carbono encontradas nas amostras. Soja, arroz e trigo são plantas que absorvem o gás carbônico da atmosfera e, sob a luz solar, realizam reações químicas que geram moléculas de açúcar contendo três átomos de carbono – é o chamado sistema de fotossíntese C3. Já o milho é uma planta de via fotossintética C4, por produzir açúcares com quatro carbonos. Esses açúcares continuam a existir nos alimentos, mesmo depois de os grãos serem processados, e funcionam como uma assinatura química de sua origem.

Ao analisarem as amostras, os pesquisadores verificaram que o milho era o principal componente do shoyu comercializado no Brasil (Journal of Food Composition and Analysis, 3 de abril). Em média, as amostras analisadas tinham menos de 20% de soja em sua composição.

Acredita-se que o uso de milho na produção do condimento esteja relacionado ao preço do grão, consideravelmente mais barato que o da soja. Entre 2007 e 2017, o preço médio da soja foi o dobro do preço médio do milho no Brasil.

IMPORTANTE: “O uso de milho na produção de shoyu não é ilegal, já que a legislação brasileira não especifica qual deve ser a proporção de cereais usados na sua fabricação”, afirma Maristela.

por Mark Grassi com informações
da Revista Pesquisa – Fapesp.  Créditos da foto, reprodução:  Pesquisa Fapesp